21 de maio de 2010

6º dia Villacazar de Sirga - Hospital de Orbigo

  • Distancia - 135,85km
  • Tempo - 8:23h
  • Acumulado subidas - 1.171m
  • Velocidade média - 16,2km/h


O dia começou muito cedo com o pequeno almoço no albergue oferecido pelo hospitaleiro. Pelas 7 horas já estava a pedalar e dava para perceber que seria mais um dia de muito calor. Passado pouco tempo uma breve paragem para me despedir dos meus companheiros de jantar do dia anterior, tinham saído bem mais cedo que eu mas a bike tem estas vantagen. Os peregrinos a pé convivem muito mais mas precisam de trinta dias para completar o Caminho...
As imensas rectas sucederam-se, bastante rápidas mas hoje surgiu o primeiro problema físico que impossibilitou um andamento mais vivo. Ao sexto dia a nádega esquerda começou a ressentir-se e as dores e mal estar instalaram-se, nem a aplicação diária de Halibut e de Chamois Creme da Assos evitou esta situação. Era muito difícil encontrar posição no selim para pedalar, mas pouco havia a fazer, restava sofrer um pouco e aguardar que no fim do dia o problema fosse minimizado.

Paragem em Sahagun para o segundo pequeno almoço, num local muito agradável, com muitos peregrinos e com direito a desconto por ser Português... Ainda há quem fale mal de nuestros hermanos!
Resto do dia com muito pouco interesse a não ser a passagem por Leon, cidade com muito movimento e com uma linda catedral. Estava imenso calor e perdi a conta aos litros de agua e Aquarius que bebi, felizmente que ao longo do Caminho são muitas as fontes e maquinas de venda de bebidas frescas.
Como habitual o termino do dia não estava planeado mas como já tinha percorrido 135km ao passar por Hospital de Orbigo decidi parar e procurar albergue.
A vila é muito gira, com muito movimento de peregrinos e com vários albergues. Fiquei no albergue paroquial e ao fazer a inscrição ouvi "epá, finalmente um Português para eu conversar", era o André, hospitaleiro da Ordem de Malta que vai estar neste albergue como voluntário durante 3 meses. Foi fantástica a recepção e era mesmo de uma ajudinha que eu estava a precisar, expliquei-lhe o meu problema e de imediato indicou-me uma farmácia ali perto. As 2 farmacêuticas foram espectaculares, a nádega estava em ferida e não paravam de dizer que eu tinha de ficar uns dias sem andar de bike para que cicatriza-se. Aplicaram um gel de nome Labocane (gel que previne e alivia as irritações por fricção) e uma compressa adesiva.
O jantar foi na companhia do André que me contou a sua grande peregrinação a pé iniciada em Roma passagem por  Santiago e término em Fátima!
Simplesmente fantástico e ao ouvir os seus relatos, só pensava como era possível estar a lamentar-me por ter uma pequena ferida quando ele andou dias seguidos com os pés em sangue...
O albergue é muito lindo e estava praticamente completo, com muitos brasileiros, alemães, franceses, holandeses, japoneses e coreanos com quem estive em amena cavaqueira até ao apagar das luzes (situação comum em todos os albergues e que normalmente ocorre às 22 horas).

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